quinta-feira, 5 de julho de 2012

Uma viagem em duas etapas - 3

Esta 3ª sessão foi essencialmente sobre alguns dos elementos que temos de ter em consideração sempre que estamos num momento de mediação de conflitos. Focámos os aspectos sociológicos e os aspectos psicológicos dessa nossa actuação enquanto mediadores quase sempre a partir de realidades analisadas quer individualmente quer em grupo.
Relativamente aos aspectos sociológicos e após algum enquadramento teórico sobre vários conceitos que devem ser inerentes a esta tarefa de mediar, chegámos à conclusão que temos de alargar o nosso  "quadrado", ou seja, o que transportamos para todo o lado e que existe em nós e faz parte da nossa identidade. Lá voltamos novamente à questão, quem sou eu, que me persegue há muitos anos e para a qual, felizmente, já obtive algumas respostas que me poderão facilitar a entrada neste mundo novo da mediação. O nosso mundo está a mudar e para o acompanhar precisamos de amaciar as nossas emoções e sermos capazes de ter o distanciamento suficiente do conflito de forma a que tenhamos resultados positivos na resolução dos mesmos. Este processo de mediação não é veloz e a fluidez e velocidade com que nos deparamos diariamente com conflitos dentro da sala de aula que necessitam de uma actuação rápida e eficaz de forma a solucionar o problema na hora , é por vezes falível porque os nossos sentimentos, sejam eles quais forem, estão à flor da pele e consequentemente a probabilidade de errar é maior. Nós somos quem somos e o que herdámos a todos os níveis e esses factores irão naturalmente estar presentes na nossa actuação que poderá ser feliz ou não.
No que respeita aos aspectos psicológicos iniciámos a nossa viagem com o filme "A Família" de Ettore Scola e a nossa caminhada foi direccionada para os tipos de relacionamento entre os membros da família e como a sociedade afecta as relações da família nas situações mais comuns do dia a dia. Foram vários os pontos de conflito, mas o que mais me tocou foi o do não reconhecimento da identidade do outro. E porquê? Penso que é um dos nossos grandes problemas é não vermos o outro como ele é e sim como nós pensamos que seja. Ninguém se olha ao espelho e vê o outro.

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