domingo, 1 de março de 2009

Os ciganos do Tejo

Quem são os avieiros, a quem Alves Redol chamou “ciganos do Tejo”?

No Inverno, quando o mar de Vieira de Leiria lançava toda a sua força contra embarcações, famílias inteiras deslocavam-se até ao Tejo que, com toda a sua riqueza, lhes oferecia outras espécies de peixe. Foram ficando por cá na borda-d’água, nos barcos e em casas simples de madeira e com estacas de salgueiros. O Tejo proporcionava-lhes pesca ao longo de todo o ano e aos poucos foram prolongando as campanhas de Inverno. Começaram a fixar-se ao longo das margens do Tejo em Casa Branca, Palhota, Escaroupim, Caneiras, Conchoso, Patacão, Lezirão, Muge, Valada, Carregado, Vila Franca. No início instalaram-se em palhotas, construídas com o material que os valados lhes ofereciam depois nascem as aldeias de construção palafítica, típicas da praia de Vieira de Leiria mas também adaptáveis às cheias do Tejo e à necessidade que o pescador sente de estar perto do barco, seu instrumento de trabalho. Das suas habitações resta apenas a memória auxiliada pelo espólio documental que existe e o investimento de algumas câmaras na recuperação e manutenção do que sobreviveu ao abandono e aos tempos modernos. A formadora Paula Costa de CLC em conjunto com a coordenadora dos cursos EFA Teresa Cordeiro irão ter um encontro na Ribeira de Santarém com um dos últimos avieiros da borda d'água para recolha de material a ser apresentado aos formandos dos cursos.

5 comentários:

Anónimo disse...

Como era feliz esta gente!...Com a sua vida simples e difícil, mas feliz, cheia de força e ânimo, como a ceifeira do Pessoa.
Saudade desse tempo que não vivi...

E aí está uma visita de estudo a fazer: pela rota das aldeias palafíticas.

Anónimo disse...

com certeza iremos passar um dia à borda d'água com o que resta daquela vida simples mas feliz

Anónimo disse...

Tenho pena da antiga aldeia de pescadores de Alpiarça, o Patacão, estar num triste estado de abandono, podia sempre ser aproveitado para um museu ou possivelmente um centro de interpretação. Mas sempre algo que desse vida e não permitisse o completo desparecimento. Eram pessoas muito sofredoras, mas também muito persistentes e lutadoras.

Anónimo disse...

Acho a ideia do encontro para recolha de material muito boa, se for preciso ajuda em alguma coisa, é só pedir.

Anónimo disse...

com certeza sr.travassos a sua ajuda será muito bem vinda